Já andei confessando por aqui o quanto sou louca pra voltar a Portugal e ir além dos limites da Lisboa que tanto me encantou. A região banhada pelo rio Douro, em especial a cidade do Porto, é meu destino pretendido. Não só pelo interesse gastronômico ou pela beleza do lugar, mas também pelo fato de que lá reside a origem do meu nome. Embora Constance seja um nome francês e todos sempre pensem que é essa a minha ascendência, no meu caso, particularmente, Constance é um nome português.
A escolha do meu nome foi, por muito tempo, algo obscuro na minha vida... Meu pai reclamava a autoria. Dizia apenas que sempre foi encantado pelo nome e escolheu-o para a primeira filha. Minha mãe contestava e contava uma linda estória: jamais conheceu sua avó paterna, que era portuguesa, e com quem só teve contato através de correspondências trocadas ao longo da infância. As cartas vinham de um tal “Paraíso Constance”, nome da quinta de minha bisavó nas imediações do Porto. Meu nome, portanto, teria vindo de um lugar que povoava o imaginário da minha mãe desde pequenina. Confesso que sempre adorei essa última versão, embora duvidasse um pouco de sua veracidade. E passei anos sem saber quem era o mentiroso: o pai ou a mãe.
A resposta veio quando, à época do falecimento de meu avô materno, português legítimo, chegou-me às mãos sua certidão de nascimento: nascido na freguesia de Constance, pertencente ao Concelho de Marco de Canaveses, distrito do Porto. Naquele momento, além de confirmar a encantadora estória que minha mãe tantas vezes me contou, o Porto, que eu queria tanto conhecer, passou a ser um lugar obrigatório na minha lista de destinos desejados. Não apenas quero muito ir. Preciso ir. Um dia irei. Enquanto esse dia não chega, fico com as belíssimas fotos que o querido leitor e maravilhoso fotógrafo Daniel Martinon me enviou de lá (Daniel sempre me presenteando com fotos de tirar o fôlego). São dele a foto acima e todas as demais com que os brindo agora.
Fico me imaginando andando pela cidade sob essa luz nostálgica, passeando por entre essas bancas de flores, saboreando belas castanhas e deliciosos pastéis de natas... Ah, como tem poder a imaginação...